As características
essenciais do transtorno de compulsão alimentar são recorrentes. Trata-se de
episódios fora do controle do consumo de grandes quantidades de alimentos. Quem pessoa por tal transtorno geralmente são angustiados por seu comportamento
alimentar, tem sentimentos de desgosto e culpa durante e após comer
compulsivamente. A maioria sente-se envergonhado e tenta esconder o seu
problema. Muitos são tão bons em esconder seus hábitos de ingestão compulsiva
de outros, que os membros da família (mesmo próximos ou amigos) não sabem que
sofrem de um transtorno alimentar.
Estes são alguns dos sinais de alerta comuns que sugerem que uma pessoa pode
estar sofrendo desse tipo de transtorno, a pessoa:
- Come grandes
quantidades de comida quando nem estão com fome;
- Come muito
mais rapidamente do que o normal;
- Come até o
ponto de se sentir desconfortavelmente cheio;
- Muitas vezes,
come sozinho, por causa da vergonha ou constrangimento;
- Tem
sentimentos de depressão, desgosto, ou culpa depois de comer;
- Tem uma
história de flutuações de peso acentuada.
É preciso
saber também que essa doença ocorre principalmente em indivíduos com sobrepeso
e obesidade, mas não está limitado somente a este grupo. Pode ocorrer em
pessoas com peso normal.
No Brasil, pesquisas científicas encontraram uma prevalência desse transtorno
entre 15% e 22% dos pacientes que procuram tratamento para obesidade. Entre os
pacientes que realizaram a cirurgia bariátrica, esta prevalência pode variar de
27% a 47%.
Portanto, é importante observar os sinais clínicos desse transtorno em
pacientes que procuram tratamento para o sobrepeso e obesidade, pois os
indivíduos interrompem prematuramente a dieta prescrita pela incapacidade de controlar
a ingestão alimentar.
Muito interessante!
Uma investigação realizada na Espanha mostra que
o consumo de gorduras saturadas e trans, presentes principalmente em produtos
industrializados, é prejudicial não só para o sistema cardiovascular, mas
também para a saúde mental. Também diz que os casos de depressão e de
perda de memória podem aumentar se o consumo desse tipo de gorduras for
elevado. Esta pesquisa conclui que, por outro lado, as gorduras
polinsaturadas (abundantes em certos tipos de peixe e no azeite, por exemplo) protegem
contra as doenças mentais e estão associadas a um menor risco de depressão.
"O nosso
padrão de dieta é cada vez mais americano e passámos a incluir mais gorduras
trans", salienta Martínez-González.
Depois de examinar a dieta diária e o estilo de vida de 12.059 pessoas durante
uma média de seis anos, e tendo em conta a influência de outros fatores,
"observámos que 30% dos casos de depressão seriam atribuíveis a um alto
consumo de gordura prejudicial", concluiu a investigação espanhola.
Então? Será que isso não pode ser um ponto a ser considerado?
E diante disso, como o Nutricionista pode estar envolvido?
Em um artigo que
eu li, que fala sobre tratamento nutricional dos transtornos alimentares, na parte inicial foi enfatizado o seguinte:
"Dentro da equipe multidisciplinar que deve tratar do paciente com transtornos
alimentares (TA), o nutricionista é capacitado para propor modificações do
consumo, padrão e comportamento alimentares, aspectos estes que estão
profundamente alterados nos TA. [...] O trabalho do nutricionista na área de TA
exige habilidades não-inerentes à sua formação, como conhecimentos de
psicologia, psiquiatria e das técnicas da terapia cognitivo-comportamental.
Deve ser criado um vínculo com o paciente, atuando de forma empática,
colaborativa e flexível (Rock e Curran-Celentano, 1996)"
Achei
bastante proveitoso esse artigo, visto que ressalta o compromisso que deve ter
o profissional de nutrição nessa área, bem como a sua importância no meio desse
tratamento. Sendo assim, é importante orientar pessoas que passam por
determinado transtorno, para que eles recorram ao tratamento de seu problema.
Muitos e muitos estudos apontam que a compulsão alimentar tem gerado vários
outros problemas de saúde, até mesmo fatais. O que você pode fazer para mudar
isso? Como tem sido sua alimentação? Com qual frequência você se alimenta dessa
forma? Quais tem sido as consequências disso tudo? Reflita nisso.
Reeduque-se
e viva melhor, sua saúde e auto-estima dependem da sua persistência.
E lembre-se, confiança em si próprio é a base de tudo! ;)
Referências:
LATTERZA, A.R. et al. Tratamento nutricional dos transtornos alimentares. Rev. Psiq. Clin. 2004.